9 de outubro de 2016

Dislexia...

Este texto foi escrito e reescrito milhares de vezes, e continuo a pensar que não está tão bom, nem nunca vai estar comparado ao filme "Como estrelas na Terra". Se nunca viram e vos interessa o problema e a sua relação com o meio social e psicológico, aconselho-vos a verem (o início pode ser um bocadinho aborrecido, mas depois vai valer a pena).


"A Dislexia do desenvolvimento é considerada um transtorno específico de aprendizagem de origem neurobiológica, caracterizada por dificuldade no reconhecimento preciso e/ou fluente da palavra, na habilidade de descodificação e em soletração. Essas dificuldades normalmente resultam de um défice no componente fonológico da linguagem e são inesperadas em relação à idade e outras habilidades cognitivas." - Definição da International Dyslexia Association (IDA em 2002)

A partir do momento em que te é diagnosticado Dislexia, nunca nada mais vai ser igual...
No meu caso, passei uma fase de recusa, de "porquê eu" e a temida exclusão social. Os meus pais passaram também por todos estes pontos (todos repito, incluindo a exclusão social), mas sem nunca deixar escapar o amor, o carinho e confiança em mim, era o que eles me diziam e eu sempre senti.
Um dia, ouvi uma conversa atrás da porta, ficará para sempre marcada na minha mente, diziam que eu provavelmente nunca ia conseguir ir para a faculdade. Não vou negar o desespero que senti, o nó no estômago e a raiva de não ser o que eles mereciam, acreditem eles são tudo para mim e eu dava tudo para ser a filha perfeita que não tenho dúvidas, eles merecem!
Obviamente também fiquei triste com as palavras, mas depois disso percebi que estava ao meu alcance fazer com que aquilo que eles diziam não acontecesse de facto.


Eu sou dona da minha vida,
não a marioneta de quem diz que vou falhar!
Afinal, porque é que eu não ia conseguir ir para a faculdade?
Era menos que quem?

Não percebi logo como, mas sabia que ia à luta só não sabia a difícil guerra que tinha pela frente. Andei no psicólogo, na pedagogia e nas explicações, tudo pago pelos meus pais (a preço de ouro), a minha vida foi assim durante muitos anos, a aprender o que não fazia sentido para mim... a fixar as letras e regras que não tinham sentidos na minha cabeça... a jurar que nunca mais me ia deixar pisar pelos outros...
As coisas foram evoluindo e, eu fui aprendendo muito nesses anos, não só em relação a mim ou à língua portuguesa, mas também sobre a sociedade, a crueldade do homem, há palavras que nunca vou esquecer: "burra"; "estúpida"; "não te quero aqui". Nenhuma criança devia ter de as ouvir, nenhum adulto devia ter a coragem de as pronunciar.
Dói muito mais do que se pode imaginar e, só deixou de doer tanto quando eu aprendi o meu verdadeiro valor e me aceitei tal como sou.

Por isso, hoje admito sem medo, sim, eu tenho dislexia!
Não quero ser vista como a coitadinha ou a deficiente, como tantas outras vezes fui, por isso mostro o que sou, o que valho.
Se pensarmos bem a dislexia nem é um problema assim tão grave (comparado com a Paralisia Cerebral ou Síndrome de Down) e, depois eu não sou burra, nunca o fui, porque é que havia de começar a ser quando me dão este diagnóstico?
Acreditem, quem dera a muitos ter uma compreensão e maneira de ver os outros e a vida como eu! Esse é o meu ponto forte, ouvir mais do que falar, ver mais do que julgar, pensar antes de falar, mas nunca deixar de dar a minha opinião, eu sou assim. Não digo isto, porque penso ser melhor que alguém, mas sim porque tenho de me valorizar, porque se eu não me valorizar, ninguém vai fazê-lo, chamasse "amor próprio". Ainda que esteja em construção e a minha auto-estima ainda não esteja nos picos da minha ingénua felicidade de criança, eu estou a lutar.
Continuo, a lutar todos os dias, para que a dor não magoe tanto!

Já não me importo com o que dizem, nem se gostam de mim, a única coisa que importa é que eu esteja feliz, puramente feliz. Isso depende dos meus amigos e familiares, dos meus estudos e da minha vida pessoal e profissional. Nada mais importa! Quando caiu na tentação de deixar de pensar assim, relembro quem sou, de onde venho e todos os que tenho ao meu lado, eu sou uma lutadora e isso nunca ninguém poderá tirar de mim.

Lutei quando todos diziam que não ia conseguir, cai de todas as vezes que me pregaram uma rasteira e ainda assim continuei a levantar-me, chorei de todas as vezes que me maltrataram, mas limpei todas essas lágrimas, enfrentei os meus problemas e de todos os que estavam à minha volta (porque sou assim como uma esponja e absorvo tudo), lutei ao seu lado e contra quem fosse preciso. Não me importei de dar a minha opinião, mesmo que fosse a única a pensar assim, mesmo que me excluíssem ou chamassem louca, afinal a história está cheia de loucos que mudaram o mundo não é verdade?
É isso que eu quero ser: uma louca que muda o mundo e, se eu não conseguir ser uma louca que muda o mundo, então pelo menos serei uma louca e isso já ninguém me tira! A vida é tão tramada e dá tantas voltas, que dificilmente alguém pode dizer que não é louco por aguentar tudo isto.
Eu serei uma louca feliz, com um sorriso nos lábios, que refletem todos os diferentes sorrisos que já vi e já dei e, um brilho nos olhos, olhos que imaginam unicórnios a voar quando viajo de autocarro, ou abelhas a saltar de lugar em lugar, para mim o mundo será sempre um lugar animado, desde que seja esse o meu estado de espírito.


Hoje, não escondo que tenho dislexia, assim como não escondo que estou feliz com a pessoa em que me estou a tornar, tudo devido a tudo e todos os que estiveram ou não presentes na minha vida.

Por isso e para acabar, obrigada a todos os que me maltrataram, a todos os que me humilharam e rebaixaram, obrigada pelo diagnóstico de dislexia, e obrigada sobretudo a quem fez com que eu não me tornasse no meu diagnóstico, mas sim em quem sou hoje.

Obrigada dislexia, fizeste de mim alguém bem melhor, bem mais forte e frágil ao mesmo tempo e é um orgulho saber que sempre terei a tua companhia na minha vida, sempre serás parte de mim e eu de ti.

Aos meus pais, nenhum obrigada será suficiente, mas eu sei o orgulho que têm em mim, assim como sei que sempre fui a filha perfeita aos vossos olhos, vocês não podiam ser maior inspiração para mim... Um dia quando for grande quero ser tão lutadora e positiva como tu, mãe, e tão trabalhadora como tu, pai. Em relação a ti, mana, quero ser tão empenhada no meu trabalho e sentir-me tão realizada como tu.
Foi graças a vocês os três que eu consegui ser assim, puramente feliz e perfeitamente imperfeita.


Obrigada Dislexia!

O olhar...

Os vossos olhares cruzam-se, os vossos corpos passam um pelo outro, voltas a olhar quando ele não está a ver e desvias, quando ele volta a olhar.
Quando ele te olha não sabes como agir, devias de ser capaz de o olhar de frente ou então talvez de continuares o que estavas a fazer, mas não consegues... tu não és assim... não sabes já o que é agir normalmente.
Já o tinhas visto antes e pensado o mesmo que agora: parece ser engraçado e talvez giro, mas isso é uma palavra demasiado térrea para aquilo que ele é, mas afinal o que ele é, o que sabes sobre ele, se não o conheces? Uma espécie de fascínio nasce...

Pode ser apenas aquela atração inicial e que acaba no mesmo momento que começou, ou então talvez não, mas nada disso importa.
Aprendi a acreditar na vida, o que me trouxer eu sei que vai ser bom, o que não vier é porque não valia a pena vir. Hoje, eu sei tudo vai correr bem, sempre correu e não há motivos para desta vez ser diferente.

Toledo - Espanha

Felicidades para ti, desconhecido.

2 de setembro de 2016

Os nervos, esses malditos que não me largam!

Tinha sido um dia muito interessante, produtivo intelectual e espiritualmente, muitas coisas tinham sido aprendidas outras reforçadas.
Ainda que não estivesse a sorrir para todos verem, estava muito feliz e calma, mas (porque parece ter de haver sempre um "mas") os problemas não tinham deixado de existir, nem as outras pessoas tinham deixado de ser o que eram, com isto refiro-me ao egoísmo, egocentrismo, falta de empenho, de responsabilidade, enfim tudo aquilo que eu mais odeio neste ser que se diz inteligente...

Então, no meio do meu sorriso toca o telemóvel e eu atendo, mais irresponsabilidade, mais uma vez uma chamada a revelar a ganância de um povo para o qual se paga (o que ele quer) para fazer x em y tempo e ele decide parar a meio porque não lhe apetece.
Como um problema nunca existe sozinho e na minha cabeça existe um molho deles todos enlaçados e irrequietos, puxamos por um e saem todos!
Respirei fundo, contei até 90, 100, 1000, tentei arruma-los de novo naquela maldita dispensa que nunca mais devia ser aberta para o resto da minha vida, mas sem resultado.

Havia duas hipóteses: chorar ou distrair-me.
Os meus olhos gritavam-me pela primeira, que muitas das vezes é a mais usada por mim, mas eu conheço-me e eu sabia que se começasse, não ia parar tão cedo, ia martirizar-me de todos os erros, falhas ou pequeníssimos defeitos que cometi desde a primeira vez que respirei o ar destes malcriados servos do mundo. Não valia a pena, nada mudaria e eu também não ia ficar melhor, acreditem, se há pessoa que eu conheço bem sou eu própria!
Optei pela segunda, mas fazer o quê? Pode haver quem não saiba como se distrair, que não o consiga fazer, não é o meu caso, a minha dificuldade é mesmo perceber qual a melhor para aquela situação, optei pela que melhor me faz tanto em relação à saúde física, como psicológica. Esperei até chegar a casa, refletindo e acalmando-me o mais possível ao som da música da rádio, e finalmente cheguei a casa, em poucos minutos desfiz-me daquela maldita roupa bonitinha, do fio, dos brincos, enfim de tudo. Vesti-me simplesmente o mais confortável possível, para a minha merecida corrida por esta paisagem magnifica do meu pequeno mundo. (Isto deve ser das coisas que mais prazer me dá na vida, correr com esta vista, com a paisagem que me viu crescer, simplesmente adoro.)
Ainda demorou algum tempo até a cabeça estar arrumada, quer eu dizer, os problemas todos enfiados lá para dentro da dispensa e a porta bem trancada, pode não ser a melhor forma de os resolver mas pelo menos agora estou mais calma e com o meu sorriso, pronta para lutar contra eles. Puxar pelo buraquinho da fechadura um a um, calmamente e confortável no sofá, ir desmascarando-os e solucionar o puzzle.

Podem pensar que isto é cliché ou que era o mesmo que fazer yoga ou sessões de relaxamento, talvez tenham razão, mas não é de todo esse o meu ponto com este post, na verdade, o que vos quero dizer é que é normal nós sentirmos raiva, medo, tristeza, tudo isso e todos os outros sentimentos que temos, devemos de vê-los como uma sorte poder senti-los, são eles que nos tornam seres humanos, mas temos de aprender a controla-los, para nosso próprio bem. O que não significa esquecer o que estamos a sentir, nem senti-los até que alguém nos resgate disso, temos de ser nós próprios a salvar-nos.

Chorar faz parte do processo e quando tiver de se chorar, chorasse esteja lá quem estiver!
Porém, parar as lágrimas, levantar e seguir em frente é tão importante como o chorar.

Eu até agora só conseguia fazer a primeira parte, estou agora, com 20 anos, imaginem 20 anos a aprender a levantar-me, então mas já não devia ter aprendido isso antes? Pois, não sei... talvez estejamos sempre a tempo, talvez só agora seja preciso, talvez eu tenha caído de demasiado alto, não sei, mas consigo ver que há por aí muita gente a precisar de aprender isto mesmo, aprender a parar, sim parar, PÁRA, STOP, (ok não paraste de ler porquê? Não faz mal, vamos então...) respirar fundo levantar e seguir em frente. As palavras podem parecer simples, porém deve ser das coisas mais difíceis de tornar realidade e, a maior prova que vos posso dar são os casos de pessoas tristes, depressivas e infelizes que vemos constantemente.





Vou deixar-vos a lista de coisas que faço quando estou enervada, para relaxar, para me acalmar, para ficar mais feliz e de "bem com a vida":
Correr/ caminhar/ passear pela natureza;
Nadar/ mergulhar/ boiar;
Escrever sobre o que estou a sentir;
Ouvir música/ dançar/ cantar/ gritar;
Sair com amigas/amigos;
Relaxar com alguns exercícios que já aprendi em algumas aulas de relaxamento;
...
Agora é a tua vez... o que fazes para te acalmar?

27 de agosto de 2016

Férias vs. Trabalho vs. És feliz?

Dezenas ou talvez centenas de pessoas aqui na Praia, uns turistas outros não, uns que já estão cá à tempo outros que hoje é o primeiro dia. Muito diferentes, porém há uma coisa comum a todos, todos estão aqui para aproveitar as férias, para gastar o dinheiro que foi amealhado durante as longas horas de trabalho.



Será bem gasto? Será que vão poupar algum? Será que compararam preços, qualidades e defeitos, da casa até à toalha de banho? Será que se lembraram que os 150€ que deram por uma única refeição no restaurante que todos falam veio do trabalho de uma semana inteira (admitindo que ganham 600€ por mês)?
Fizeram essas contas?

Provavelmente não, provavelmente pensam que estou a pensar demais, talvez tenham razão, talvez quando for adulta como vós, haja tal como vós, talvez, só o tempo o dirá.
Porém hoje neste exato momento em que estamos todos aqui a conversar e a pensar neste assunto juntos, será que estamos a gastar bem o nosso tempo? Porque é disso mesmo que se trata, tempo gasto a trabalhar versus tempo gasto em férias. Ao primeiro fazemos cara feia e ansiamos o fim do dia, ao segundo abrimos o coração e ansiamos que seja memorando pelo resto dos seguintes 11 meses de trabalho. Porque é disto que se trata, 11 meses a trabalhar no duro para desfrutar de um único! Será justo?
(Isto tudo se tiverem num trabalho com direito a férias e subsídio de férias, o que infelizmente nem sempre acontece... pardais ao ninho, já todos sabem a realidade)


O que é o dinheiro? Tempo!
Ja pensaram? Tempo de vida...


Vive-se um ano, vá 11 meses, à espera das férias, um único mês; vivesse uma vida inteira a trabalhar, à espera da reforma, cada vez mais longínqua, cada vez menor...
É esse o objetivo da vida? Viver à espera de um amanhã melhor? Gastar o dinheiro, melhor, as horas de vida, em um milissegundo que apenas durará naquela fotografia?

Se é esse o objetivo de se ser adulto então eu prefiro não crescer. Prefiro ter a minha mesada de limpar a casa, que me dá aquela goma por dia, assim pelo menos o tempo de espera é sempre só e apenas um dia, é quanto ao trabalho de limpar a casa pode ser feito na maior alegria e descontração de quem ouve música e tagarela letras ao calhas.
Pensando melhor, eu nem nunca fico à espera para ser feliz, eu sou sempre que quero, por isso sou em todos os minutos.

Qual é o objetivo da vida?
Da vida no geral, de todos?
Ser feliz!?

Então para quê esperar, nós temos tanto com que o ser, seja a música do MP3, a voz da locutora da rádio, a novela, a natureza, o ler, o escrever, um telefonema, o conviver... vivemos tão absolutamente absorvidos no trabalho, no stress, no cansaço, que nos esquecemos que bastava uma simples ação, para nos esquecermos de tudo isso.

Por isso, eu vou gritar ao 4 cantos do esférico planeta Terra:
EU SOU FELIZ!
EU SOU FELIZ!
EU SOU FELIZ!
EU SOU FELIZ!

Perceberam? Isto é o que eu decidi ser o meu objetivo de vida, isto é pelo que eu luto a cada milissegundo do dia, e é a pergunta que eu faço todos os dias antes de dormir (e que hoje tenho o prazer de vos fazer em direto para todo o Mundo!)

És FELIZ?
Fizeste tudo o que pudeste hoje para ser FELIZ?


Se a resposta for não, alguma coisa estas a fazer mal, vai ter de mudar e espero que amanhã a resposta seja diferente!
Estou aqui a interceder por vocês, lutem, a vida é demasiado curta e maravilhosa para não se ser feliz.
E... amanhã é um novo dia!

23 de agosto de 2016

Odeio pesadelos!

E se... soubesses que algo de muito grave ia acontecer, mas não soubesses o quê, nem em relação a quem, o que fazias?
Será que podias fazer mesmo algo?
Será que essa informação era assim tão útil?
Ou para que serviria?
Para te preparar? De quê? De um destino que não podias mudar? Afinal, qual era o sentido?


Se pudesses escolher entre saber ou não o dia em que morrias, escolhidas saber? Ou preferirias viver na ignorância sábia da escuridão?


Até à pouco tempo, eu diria que preferia saber, para poder viver ao máximo até esse dia, para poder organizar toda a minha vida e o final dela...

Porém, hoje, já não tenho tantas certezas disso. Afinal, qual era a diferença entre viver intensamente sem saber e viver intensamente a saber... Provavelmente nenhuma e, se a houvesse não seria pior por saber? Um nervosismo, uma angústia à espera daquele dito dia final.

Sinto a cabeça a balançar de água prestes a ser jorrada pelas fendas dos meus olhos...
Parece que estou num filme de terror, em que se sabe que vai acontecer algo, mas ninguém sabe bem o quê! Odeio filmes de terror, tanto como odeio pesadelos.

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E agora a verdadeira pergunta impõem-se será que sou eu que estou a fazer disto um filme, não passando isto de um simples pesadelo?
À quem acredite que os sonhos têm outros aspetos por trás, terão?
Não sei, hoje parece que não tenho respostas, nem certezas de nada...


(nem se deva publicar este post...
vai assim, desculpem sei que o conteúdo não é o melhor.)

21 de agosto de 2016

Quando estás feliz os outros vêem? E quando estás triste também?

Bem, mais uma vez vou falar apenas e só da minha experiência, pelo que se não for igual à vossa sintam-se à vontade para partilhar.

Respondendo à pergunta inicial, depende, e à seguinte, depende também.
Esta é a resposta que ninguém nunca gosta, era muito mais fácil dizer sim ou não! Porém, o ser humano é muito complexo, muito mais do que até a minha imaginação possa pensar ou alcançar!

Parece-me que quem nota a felicidade também nota a tristeza e, o oposto também penso ser verdade. A não ser que se trate de um dia em que o outro está com a cabeça na lua, e aí talvez sejamos nós que não vemos o sentimento dele: medo, nervosismo, ansiedade, angústia, frustração, tristeza...


Quem não nota uma coisa nem a outra? Não é nosso amigo, não gosta de nós, não nos liga nenhuma?
Se a evidência da tristeza/alegria for grande, provavelmente vou ter que dizer que sim, que talvez estejamos a contar com a pessoa errada.
No entanto, caso não sejamos assim tão expressivos, então provavelmente também é natural, por um lado, a correria em que todos vivemos o dia-a-dia tornasse difícil reparar em pequenos detalhes, ainda que das pessoas mais importantes, por outro, nem todos são muito atentos, nem todos têm isso na sua própria personalidade, nesse caso talvez a expressão não verbal não chegue, talvez seja preciso uma palavrinha mais diferente do comum para acorda-lo para o nosso sentimento. (Quem diz uma, diz duas, ou uma frase inteira).

Portanto: depende!
Por um lado, depende de nós e o quanto estamos felizes/tristes (se é que é possível quantificar tal coisa!), por outro depende do outro, de como ele está, dos seus próprios problemas e angústias, da sua personalidade (mais ou menos atenta, mais ou menos ligada aos outros) e depois também do tempo a que nos conhecemos!

Dando agora o meu exemplo, sou muito expressiva (demasiado translúcida até) o que torna o trabalho dos outros mais fácil, até desconhecidos. O que às vezes também não me agrada, podia haver coisas que eu quisesse guardar mais para mim, por outro é o que me tem salvo no meio de tudo o que quero resolver e das rotineiras inundações de pensamentos. Vendo de outro ângulo, tenho amigas que são verdadeiras rochas, parece que nada se passa, e só escavando bem fundo é que chegamos lá, o que mais uma vez pode ser bom ou mau.

Assim como a natureza é inexplicável, também o Homem o é,
por mais que queiramos nega-lo, por mais palavras que digamos ou criemos!

No entanto à algo mais em que são parecidos... na beleza do seu próprio ser!
O importante é nunca nos esquecermos que não temos de carregar o mundo às costas, à quem queira partilhar isso connosco!
Por outro lado, nem todos são iguais a nós, nem todos são atentos, nem todos gostam de nós, nem todos querem conversar, nem todos reagem da mesma maneira à mesma situação.

Portanto mais uma vez... lamento imenso, mas... depende!


Não sei se este post foi esclarecedor e importante ou cliché e não passou de conversa fiada.
Caso queiram, convido-vos a dizerem de 0 a 5 o quanto gostaram (0 - sem nada relevante ; 5 - muito importante)

20 de agosto de 2016

Carta de amor - AMOR PRÓPRIO!

Passeio no autocarro em que outrora esperava encontrar-te, mais tarde acabariamos a combinar mesmo isso e, depois, ainda houve a altura em que sonhava com o teu rosto, porém quando o via... escondia-me, o meu estômago roncava um grito mudo e o meu rosto, esse corava com o sangue de todo um corpo frio.

Tenho noção que ainda não estou curada de todo o teu amor, mas essa palavra "amor" está agora no passado, um passado magnífico, diria mesmo de sonho, mas que ao passado pertence.


Vesti a minha melhor roupa, usei um pouco de maquiagem e o perfume que mais gosto, foi o suficiente para sair de casa confiante...

Agora penso com clareza, no quão sortudo tu foste em me ter ao teu lado, eu uma jovem mulher deslumbrante, que sabe ouvir, esperar e respeitar o outro, uma mulher com sonhos, objetivos, mas também com os pés bem assentes no chão de gravilha que lhe queima e adormece os pés, esses mesmos pés que seguem o caminho que ela quer, que ela decide, porque com o espírito indomável é difícil ser outro a decidir o que ela faz.


Fria como a neve, linda como a paisagem...
Eu sou linda.
Eu sou maravilhosa.
Eu tenho um coração de ouro.
Eu sou lutadora.
Eu sou trabalhadora e também voluntária.
Eu sou tudo isto e ainda bem que me reencontrei, naquele mesmo autocarro em que me perdi à tempos...

Julguei não o ser durante muito tempo, mas estava enganada, agora percebo!


Sim, eu tive sorte em te conhecer e em estar contigo, mas acredita tu não tiveste menos sorte! Foi esta a conclusão - mais que óbvia - que eu tirei hoje, já viste, demorou mas cheguei lá. Sempre chego, por vezes, uns minutos atrasada, outras uns meses, mas chego e desta vez não foi exceção.
Não vou ser radical em nenhum aspeto da vida amorosa, nem tudo nem nada, mas deixo um aviso à próxima urtiga que se faça passar por príncipe: eu vou ter os olhos mais abertos. E se voltar a cair garanto "a queda não vai ser tão grande!" e aprendizagem mais rápida.

Já em relação a ti... não haverá cavalo, nem castelo que te valha, porque o meu coração voltou a ser de pedra fria tal como quando me conheceste.
Adeus, até um dia quem sabe em outra paragem de autocarros e felicidades, toma conta de ti, e delas também, ainda têm muito que aprender contigo.
Continua, cresce e sê o grande Homem que eu sempre acreditei e acredito que te tornes.

Goodbye my friend.

26 de julho de 2016

Fénix



Sempre me lembro desde pequena de fazer este símbolo com as mão, no meu peito do lado do coração, só há pouco tempo soube que tinha um nome, e o seu significado.
Fazia-o porque me fazia lembrar um pássaro, com os polegares a fazerem de corpo e os restantes dedos a fazer de asas, asas essas com as quais eu sabia que podia contar para me proteger, para proteger o meu coração e fazer-me voar até ao alto de todos os meus sonhos. Assim, quando a noite chegava, a tristeza ateava fogo ao meu coração e as lágrimas tentavam apaga-lo, eu cruzava as mãos para o proteger e apagar todo o medo que havia, sentia o bombear do meu coração acelerado "bombom, bombom, bombom". Conforme me concentrava nos seus batimentos, a esperança renascia para um dia melhor, para que o próximo dia fosse melhor, esperança no dia de amanhã, sempre com esperança fui avançando pelos caminhos da vida.


Hoje descobri, Fénix: a ave que renasce das cinzas; a ave com uma força tremenda; a ave capaz de se transformar em fogo; a ave que é o símbolo da imortalidade e do renascimento espiritual.

Sem saber fui esta ave durante a minha vida até este momento, agora serei esta mesma ave, com a única diferença de que sei o seu nome.


Fénix será agora também meu nome, assim quando a vida estiver a tentar trocar-me as voltas, ou as pedras a tentarem fazer-me tropeçar, eu vou lembrar-me de onde venho... cruzar as mãos junto ao peito, proteger o meu coração das tempestades, voar bem alto rumo aos meus objetivos e aí tornar-me o fogo, serei a força que dominará o meu mundo. Caso nada disso aconteça, então vou renascer das cinzas desse mesmo fogo e voltar a tentar, até quando? Até conseguir o que mais quero na vida, ser feliz!

Ser feliz, não é para isso que vivemos?
Não é para isso que acordamos todos os dias?
Não é para isso que trabalhamos todos os dias?
Então, que nunca em momento algum nos esquecemos disso, disso e do Fénix que há em nós.

Não se esqueçam: Todos podemos ser Fenix!

Há dias... em que pensamos que nada faz sentido.

Sejam as dores que passamos, as angústias ou os momentos de aperto, parece que tudo podia ser mais fácil. Como eu sempre me lembro de pensar: "Nunca ninguém disse que viver era fácil, mas porquê que tem de ser tão difícil assim."




Caímos, dia após dia, seja por doença, pelo fim do namoro ou pelo próprio despedimento, choramos, berramos e pensamos "Porquê a mim?", mas esquecemos-nos de todas as pessoas que fazem exatamente essa mesma pergunta todos os dias, talvez até no mesmo segundo que nós...
Esquecemos também das angústias dos outros, muitas vezes piores do que as nossas, esquecemos e menosprezamos as doenças e problemas do outro, afinal não somos nós quem os sente, então para quê pensar nisso agora? Esquecemos os milagres que estão a acontecer neste preciso momento, em que nós estamos em baixo, os animais que foram salvos, as crianças que estão a nascer, o atentado que fez menos vítimas do que era de esperar, os prémios que o nosso país esta a ganhar, ou até mesmo aquela nossa vizinha que venceu o cancro... No entanto, mais uma vez, para quê pensar nisso agora? Novamente, não é connosco, bom para eles, agora e daí?

Agora, vou ser eu a dizer: Pensem, por favor, peço-te pensa!
Pensa no mal que está a acontecer à tua volta, mas também em todos os milagres, pensa no teu vizinho, tanto como pensas em ti próprio, pensa nos outros com o carinho, amor e humanidade, de que é descrita a raça humana.
Nós somos humanos, por isso comporta-te como tal. Isto não é um simples conselho, é um pedido que me vem desde o fundo do meu coração até ao teu, um pedido que vem com um "por favor", um pedido que não se trata de algo com o qual eu quero beneficiar, mas sim com o qual eu gostava que todos beneficiássemos, principalmente tu próprio que estas a ler isto (e a pensar que louca sou eu, sim, admito, talvez seja, mas estou preocupada contigo).
Acredita, se pensares em tudo o que de mal e de bom está a acontecer neste preciso momento, talvez as tuas lágrimas não parem de correr talvez a tua dor não cesse, mas provavelmente vai tornasse menos dolorosa, mais fácil de aguentar, talvez ainda dure alguns dias, meses, ou anos, mas nesse tempo não estiveste só preocupado contigo mesmo, com o teu umbigo, conseguiste olhar além isso, conseguiste ver além da tua dor, sentir a dor e felicidade de outros, nesse tempo aprendeste, cresceste.


Não vou mentir: nem sempre será fácil fazeres isso, nem sempre vais conseguir, nem sempre isso vai melhorar o teu dia.

Não vai ser fácil, porque estamos formatados (cada vez mais) para olhar por nós próprios, só e exclusivamente, não vai melhorar sempre o teu dia, porque se o fizeres bem feito, se sentires a dor do outro como sendo tua, bem... vais acabar por sofrer como ele sofre... vais começar a rever o porquê de te preocupares tanto com os outros, pensar que não o devias fazer porque estas a fazer mal a ti próprio, mas depois lembra-te do porquê de o fazeres, lembra-te que quando ele se levanta, quando ganha, não é só ele quem ganha, porque a batalha não foi só dele, a dor não foi vivida apenas por um, mas sim partilhada por dois.

Eu sei é utópico, fantasia de uma criança ingénua, sim é verdade, é como eu sou, admito. Porém, talvez se eu te disser que gostava de continuar a pensar assim para o resto da vida, talvez se eu te disser que tenho orgulho em quem me torno dia após dia, talvez se eu te disser que os que me conhecem têm orgulho em mim, talvez se eu te disser que aprendo muito com a dor dos outros e as vitórias deles. Talvez (só talvez) nesse caso te faça pensar, talvez quem sabe penses que a criança mesmo imatura e ingénua pode ter alguns sonhos interessantes...

E caso nenhum desses "talvez" se realizou, bem então talvez seja eu quem está enganada e, nesse caso, peço desculpa.



Talvez tenha errado, por querer que vejas o mundo, em vez da formiga que és.



Esta é única e exclusivamente a minha visão da vida, não és obrigado a concordar, nem a discordar, no entanto se tiveres comentários ficaria muito feliz por conhecê-los, estarei sempre faminta de conhecimento, de pontos de vista diferentes, de aprendizagens.

20 de julho de 2016

Sou Portuguesa para a Vida e para a Morte!



"Heróis do mar, nobre povo,
Nação valente, imortal,
Levantai hoje de novo
O esplendor de Portugal!
Entre as brumas da memória,
Ó Pátria sente-se a voz
Dos teus egrégios avós,
Que há-de guiar-te à vitória!

Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar!
Contra os canhões
marchar, marchar!"



Sim, sou Portuguesa e não consigo esconder o orgulho que sinto por tal.
Não o escondo quando batalha após batalha ganhamos, conquistas e mais conquistas, conquistamos metade do mundo ou mais ainda, descobrimos países, descobrimos culturas, partilhamos a nossa e todos os nossos sonhos, quisemos que fizessem parte deles e nós dos deles. Ensinamos a nossa língua, a mais bonita do mundo (sou suspeita...) é a 5ª língua mais falada no mundo.
Somos emotivos, lutadores e conquistadores, somos o povo que nem sempre dá tudo o que tem, a quem dá tudo por ele, mas quando os tambores se erguem, o hino toca, e a bandeira voa, nesse momento estejamos nós onde estivermos, sabemos, tudo aquilo é para nós, aquilo é nosso, é uma parte de nós e nós fazemos parte daquilo!

Somos tão pequenos que facilmente seriamos esquecidos, mas em vez disso reerguemos-nos a cada derrota, lutamos e perdemos, voltamos a lutar na esperança de um dia vencer. Se esse dia estará para breve ou nunca existirá, nós não o sabemos, mas lutamos, lutamos com todas as nossas forças por um Portugal melhor.

Se numa palavra me pedissem para descrever Portugal, diria "ESPERANÇA"
Se numa palavra me pedissem para me descrever a mim própria, diria "SONHADORA"

Por isso, que sejamos todos assim... esperançosos em todos os sonhos que temos, para que poucos nos escapem, para que um dia não sejamos nós a orgulharmo-nos de Portugal, mas Portugal a orgulhar-se de nós.
Quando falo de Portugal, não me refiro só ao Povo, mas também a esta Terra: aos seus costumes e tradições; ao convívio; ao sabor dos pastos verdejantes; o calor dos incêndios no verão; o cheiro a terra molhada; o sabor salgado do mar (onde contamos às crianças que mergulhamos o bacalhau); do cheiro das sardinhas nas ruas; do sol, que embora nasça para todos, neste cantinho do mundo brilha com mais intensidade; da chuva e do vento; dos animais e das plantas. Quando me refiro a Portugal refiro-me a tudo o que ele foi, é ou será, a tudo o que nestes meros 92.212 km² existe, e além deles também, porque infelizmente os tempos são de crise (quer dizer, nunca percebi se houveram outros sem o ser), os emigrantes são cada vez mais, os imigrantes também, infelizmente ou felizmente, não sei, cabe a cada um decidir, para mim só preferia que essas escolhas tivessem outros motivos para além da crise... Não desviando do assunto, Portugal é tudo e todos em que nele queiram pertencer e se sintam nele.
O Povo, se é importante? Obviamente que sim, é graças a ele que outros conhecem estas terras, é graças a ele que evoluímos, por vezes teimoso e antiquado (eu admito), mas é ele quem faz os avanços na medicina, na ciência, na educação, na politica, na vida de quem cá vive e na vida de quem já adotou este país como segunda casa.
Obrigada a todos, Portugueses de Portugal, Portugueses do mundo e Portugueses de coração!
Obrigada aos que leram e continuam a acompanhar o meu cantinho de desabafo.

Como em bom português se diz: "Somos poucos, mas bons!"

Obviamente, esta imaginação toda para o post não surgiu do nada, por isso deixo-vos um pedaço do meu País e possivelmente também do vosso:
15 Razões para visitar Portugal
Conhecer Lisboa (um dos muitos recantos magníficos do País)